Papel trófico de moluscos invasores na dieta de peixes e decápodes
Publicado: 02/07/2018 - 14:16
Última modificação: 22/09/2023 - 08:01
Os reservatórios do rio Araguari no Triângulo Mineiro apresentam registros de várias espécies exóticas de invertebrados bentônicos, incluindo duas espécies de decápodes (Dilocarcinus pagei e Macrobrachium pantanalense), provenientes de outras bacias hidrográficas do Brasil e duas espécies exóticas de moluscos asiáticos (o gastrópode Melanoides tuberculata e o bivalve Corbicula fluminea). Além dessas espécies com populações já estabelecidas, recentemente foram feitos registros na bacia do Araguari do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), bivalve invasor também proveniente da Ásia. Esses organismos podem gerar alterações significativas na dinâmica das comunidades em que ocorrem e algumas espécies, como o mexilhão dourado, são responsáveis por impactos econômicos muito significativos para usinas hidroelétricas, atividades de navegação, pesca e aquicultura. Embora esses organismos sejam abundantes em ecossistemas aquáticos artificiais como as represas, seu papel trófico ainda é pouco conhecido. Sabe-se que diversos organismos predam espécies exóticas de invertebrados, mas há poucas informações sobre a ocorrência desses invertebrados na dieta dos predadores, particularmente em escalas temporais mais amplas. Nesse sentido, iremos monitorar a ocorrência do mexilhão dourado, recém introduzido em represas da região, através de experimentos de colonização e avaliar temporalmente sua ocorrência e das outras duas espécies de moluscos invasores no conteúdo estomacal de peixes. Também iremos avaliar o papel do caranguejo Dilocarcinus pagei como potencial predador dos moluscos invasores através de experimentos em laboratório (preferência por espécies e tamanho dos moluscos).