Roda de conversa virtual do PPG Ecologia, dia 25 de junho
Publicado: 07/07/2020 - 15:24
Última modificação: 07/07/2020 - 15:24
O encontro entre discentes e docentes do PPGECRN foi realizado no dia 25 de junho de 2020 de 9h até, aproximadamente, 12h, contando com a participação de 46 a 48 pessoas, entre professores, estudantes e técnicos (50% do pessoal envolvido com o PPG) que participaram ativamente usando a ferramenta Google Meet. A reunião não foi gravada, portanto fazemos aqui um relato breve das discussões para memória e conhecimento dos colegas que não puderam participar.
A reunião começou com o Prof. Denis Oliveira, Coordenador pro-tempore do PPG, fazendo um apanhado das discussões sobre retomada das atividades acadêmicas na pós-graduação e sugerindo que esta seria a pauta básica para a reunião. Ele explicou que uma minuta de resolução em discussão no Conselho de Pesquisa e Pós-graduação (CONPEP) indica a criação de um período extraordinário de atividades remotas que incluiriam aulas, defesas de qualificação, dissertações e teses, e realização de processos seletivos de ingresso. Ele indicou que a minuta foi enviada para os docentes e discentes e que as discussões no CONPEP se iniciaram e devem continuar no dia 29 de junho. Ele chamou a atenção que a minuta, mesmo aprovada, apenas permitirá que as atividades sejam retomadas de maneira remota, mas caberá aos PPGs da UFU aprovarem e validarem, com base em planos submetidos pelos professores, as atividades a serem realizadas. Ele indicou ainda que a resolução prevê a disponibilidade de recursos para permitir auxílio aos estudantes não bolsistas que comprovarem problemas de conexão e uso de ferramentas de ensino remoto a serem utilizadas em tais atividades. Quando aprovada a resolução e a criação do período extraordinário, será completado o processo de reajuste de matrícula que não foi concluído no início do primeiro semestre de 2020.
As discussões que se seguiram envolveram esclarecimentos gerais e questões específicas sobre as possibilidades de retomada das atividades e funcionamento do PPG neste momento de crise. Ficou claro que docentes e discentes concordam que as aulas/atividades remotas não têm as mesmas qualidades das atividades presenciais. Foi argumentado que as aulas presenciais permitem uma interação maior e que algumas disciplinas exigem um acompanhamento direto do que está sendo ministrado. Foi dado o exemplo das aulas de estatística, nas quais este acompanhamento seria particularmente vital. Por outro lado, foi mencionado por professores que têm utilizado as ferramentas de acesso remoto que elas até mesmo diminuiriam as inibições dos alunos durante as discussões, talvez permitindo trocas de ideias que nem sempre se consegue com as discussões presenciais.
De qualquer modo, foi chamada a atenção de que atividades presenciais não serão permitidas provavelmente antes do início de 2021, de maneira que a escolha a ser feita não é entre aulas/atividades presenciais e remotas, mas entre aulas/atividades remotas e não fazer nada. Foi consenso aparente que as aulas/atividades remotas são melhores que nada, e que a resolução que organiza a retomada deveria ser apoiada pelo PPG. Entretanto, discutiu-se que essa resolução e o processo da retomada deveriam incluir algumas contrapartidas e flexibilizações. Um primeiro ponto seria a garantia de recursos para resolver os problemas de conexão dos colegas de maneira a permitir o acompanhamento das atividades previstas. Foi colocado que não adianta contar com as possibilidades de instalações da UFU para estas atividades, pois isso criaria aglomerações e inseguranças que ainda não temos como resolver. O acesso a UFU e a alguns laboratórios não está proibido, mas nem todas as áreas estão abertas e não podemos contar com estes espaços para resolver problemas de conexão.
Outro ponto levantado foi a necessidade de que tais atividades remotas sejam flexíveis e que sejam fornecidas alternativas à participação direta. Neste sentido, foi discutida a possibilidade de tais atividades serem gravadas para que os colegas impossibilitados de participar diretamente, pudessem ter acesso posterior ao conteúdo. Foi arguido que gravações envolvem problemas técnicos e de direitos dos envolvidos, de maneira que essas gravações não poderão ser depositadas para acesso público. Existem formas, no entanto, de fazer gravações e disponibilizá-las apenas sob demanda dos alunos envolvidos. Alternativamente, os professores poderiam garantir aos alunos com problemas de acesso o provimento do conteúdo de outras maneiras, sem que os alunos sejam prejudicados. Estas alternativas são previstas na resolução e poderão ser requeridas e validadas pelo colegiado quando da retomada das atividades.
Quanto ao problema técnico, nem todas as ferramentas permitem a inclusão/disponibilização de aulas gravadas. Mas o Moodle e o MS Teams permitem tais alternativas e poderão ser utilizados se necessário. Esses programas têm a vantagem de permitir o controle do acesso às aulas gravadas, evitando constrangimentos e quebras de direitos.
Foi colocado que o mestrado tem um problema particular, por existirem disciplinas obrigatórias que são oferecidas de maneira sequencial. Neste sentido, deveríamos ter um cuidado especial com o oferecimento destes conteúdos de maneira a não prejudicar o processo de formação e o tempo de titulação. Apesar destes componentes curriculares obrigatórios serem necessários, eles não precisam ser oferecidos na ordem tradicional, e as discussões indicaram que será necessário redistribuir estes componentes ao longo do tempo para evitar as restrições do isolamento social. Foi aventada, por exemplo, a oferta da Ecologia de Comunidades de imediato, enquanto a disciplina de Estatística poderia ser deixada para um período pós-pandemia ou pelo menos adiada para o segundo semestre letivo. A Coordenação acredita que tal flexibilização não é um problema e poderá ser autorizada tão logo as atividades sejam retomadas.
Algumas restrições, entretanto, não poderão ser flexibilizadas. Existe uma proibição de aulas presenciais e aulas práticas, mesmo que sejam feitas com grupos pequenos e que os interessados concordem formalmente. Então, não poderemos realizar disciplinas ou partes práticas de disciplinas enquanto tais restrições não forem levantadas. Dessa maneira, tais componentes devem ser adiados ou as atividades reorganizadas para não envolverem atividades presenciais.
Algumas disciplinas ainda dependem de interação com a graduação, por exemplo, a disciplina de Estágio Docência. Como as atividades da graduação estão suspensas e mesmo atividades remotas ainda estão em fase inicial de discussão, é impossível definir cronogramas para tais disciplinas/atividades da Pós que envolvam interações com a graduação.
Além das atividades didáticas, a pós-graduação envolve os trabalhos de dissertação ou tese. Discutimos que tais trabalhos são constrangidos por prazos das agências de fomento e que precisamos pensar como retomá-los/continuá-los neste momento de pandemia. Trabalhos de campo individuais não estão restritos, contudo, podendo ser realizados se forem de extrema urgência e com todos os cuidados sanitários necessários. É importante notar que as facilidades de logística (transporte especialmente) e recursos financeiros não estão disponíveis. O PROAP, que é o recurso da CAPES para o funcionamento da Pós-graduação, ainda não foi distribuído e deve ser disponibilizado em duas etapas. Como os valores são muito pequenos, não será possível cobrir custos extras para acesso a campo e outros custos de logística que a UFU não está cobrindo no momento. Fora estes problemas, não há impedimento para trabalhos de campo desde que respeitem as condições de segurança e o isolamento necessários neste período de pandemia.
Os trabalhos de laboratório não estão proibidos, mas especialmente nestas próximas semanas, com o aumento dos casos de COVID-19 em Uberlândia, o uso das instalações da UFU deve ser reduzido ao máximo. Acreditamos que apenas atividades de urgência imprescindíveis para a realização de trabalhos ou manutenção de laboratório devem ser realizadas. Todas as demais atividades devem ser adiadas até que as condições de segurança melhorem. Na discussão indicamos que alguns laboratórios estão sendo usados com todos os cuidados de segurança. Contudo, além de relatos de casos, inclusive de óbitos, no ambiente da UFU, este aumento da intensidade da pandemia na cidade nas últimas semanas sugere que mesmo essas atividades devem ser evitadas a todo custo.
Diante de toda a discussão, o que ficou claro é que as atividades remotas não substituem nem são a solução para as restrições da pandemia, mas nas condições atuais elas permitem que mantenhamos o contato e ganhemos tempo até que possamos voltar a ter atividades presenciais. Essas atividades remotas, além da vantagem de desinibição suscitadas durante a discussão, permitem principalmente que o pessoal associado ao PPG se sinta integrado e participante dos processos. Isso evita que colegas se sintam isolados e deixados para trás num período tão complicado. Esperamos que estas rodas de conversa possam ser realizadas mais vezes e sugerimos aos colegas que usem mais frequentemente estas ferramentas de atividades remotas de maneira a se familiarizarem e permitirem uma participação mais ativa.