As abelhas são as principais responsáveis pela polinização de espécies nativas e cultivadas. Nesse sentido, o objetivo geral desse trabalho consiste no manejo de ninhos de abelhas solitárias e facultativamente sociais que nidificam em ninhos-armadilha (NA) para o uso na polinização de plantas cultivadas. Inicialmente, pretendeu-se trabalhar com as espécies mais comumente atraídas por NA, sendo elas: Xylocopa frontalis e Xylocopa griscescens para a polinização de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa), e Centris analis e Tetrapedia diversipes para a polinização de diferentes cultivos mantidos em um sistema fechado (gaiola de polinização). Mais especificamente: i- determinar a influência dos índices de polinização natural e do tamanho da área dos cultivos de maracujá-amarelo na quantidade de ninhos de X. frontalis e X. grisescens que devem ser mantidos nestas áreas para proporcionar um incremento significativo na produção frutos; ii- acompanhar o desenvolvimento (produção de células, razão sexual, emergência de novas fêmeas e porcentagem de permanência destas nas áreas de estudo) dos ninhos após a introdução nas áreas de cultivo; iii- comparar a taxa de visitação de X. frontalis e X. grisescens e das abelhas pilhadoras nas flores de maracujá-amarelo, antes e após a introdução de ninhos, para verificar o efeito do aumento de polinizadores sobre a presença de abelhas pilhadoras; iv- comparar, por meio de análise polínica, a amplitude de nicho alimentar das abelhas antes e após a introdução dos ninhos nas áreas de cultivos, para diagnosticar o potencial das áreas em relação às fontes de pólen disponíveis; e v- verificar a contribuição de C. analis e à T. diversipes na a polinização de um grupo de plantas mantidas em um sistema fechado. Os resultados obtidos contribuirão para a conservação das abelhas e o uso na polinização natural de cultivos agrícolas. A estes objetivos iniciais foram acrescentados estudos com polinização de outras culturas, incluindo tomate, beterraba, girassol e acerola. Estes estudos têm sido financiados por projetos do CNPq,FAPEMIG e CAPES, e tem envolvido um número crescente de estudantes e de linhas de trabalho no âmbito dos serviços de polinização por abelhas.